VÍDEO: lei que obriga uso de luz baixa em rodovias completa 4 anos

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário) 

Há quatro anos, entrava em vigor, em todo o território nacional, a lei que obriga que motoristas circulem com os faróis ligados - mesmo que durante o dia - em rodovias federais e estaduais. Mesmo com controversas e o vaivém em relação à obrigatoriedade, que chegou a ser suspensa em 2017 por falta de aviso nas rodovias, especialistas de trânsito e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) afirmam que o uso é de suma importância para a segurança de todos que transitam pelas rodovias. A desobediência é considerada uma infração média, com multa prevista de R$ 130,16 e quatro pontos na carteira de habilitação.

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O texto original da lei afirma que "o uso dos faróis durante o dia permite que um veículo trafegando em sentido contrário seja avistado a cerca de 3 quilômetros de distância". Para verificar a veracidade do texto, a revista Quatro Rodas, em 2017, realizou uma simulação. Nos testes realizados pela revista, foram selecionados três modelos de cores diferentes e com faróis diversos. Segundo a revista, enquanto o carro com faróis apagados é visto a 300 metros de distância, o veículo que transitou com faróis ligados foi percebido a até 2 quilômetros. Com isso, ficou comprovado que o simples ato de ligar o farol ao circular em uma rodovia aumenta a visibilidade do carro em até 567%.

Segundo a análise do professor do departamento de Transportes e Coordenador do Grupo de Estudos em Mobilidade da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Carlos Felix, baseado na simulação da Quatro Rodas, se os carros estivessem a 120km/h, em sentidos opostos, com o farol desligado, o motorista teria 4,5 segundos para reagir a uma colisão. Já com o farol acesso, quem estiver no comando do carro teria 30 segundos para tomar uma decisão e reagir.

De acordo com a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), nessa mesma situação citada por Félix, um condutor jovem teria cerca de 3 segundos para identificar o automóvel em uma rota de colisão e reagir. Segundo a associação, esse tempo é insuficiente na maioria dos casos, o que causaria um acidente, provavelmente grave, se um deles invadisse a pista contrária.

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- É fato inegável que o ver e ser visto é um elemento fundamental para a segurança no trânsito. Há diferentes percepções de visibilidade de veículo, que dependem da cor, da iluminação natural, do trecho de circulação (retas, curvas, aclives, declives, etc), da presença de obstáculos naturais (árvores, vegetação, etc) ou artificiais (guard-rail, pontes viadutos, etc) e das condições climáticas, entre outros fatores. Acredita-se, portanto, que os faróis ligados tornam os veículos mais visíveis, favorecendo a segurança no trânsito - explica o professor Félix.

MENOS ACIDENTES
A eficácia também é comprovada em índices. Embora não se tenha estudos realizados na Região Central em relação ao tema, a Polícia Rodoviária Federal de Juiz de Fora, em Minas Gerais, divulgou um balanço dos acidentes dois anos após a lei entrar em vigor nas BRs 267 e 040 naquele Estado. Os resultados demostram que o total de acidentes diminuiu em 44,88%. Já as mortes recuaram em 42,55%.

O policial Daniel Pozzobon Rigo, que trabalha no posto da PRF de Santa Maria, destaca a queda do número de acidentes, principalmente de colisões frontais, em função da lei.

- Dessa forma, o veículo pode ser visualizado mais longe. Com isso, o motorista vai poder tomar medidas de segurança. Houve uma redução de acidentes, principalmente em colisões frontais, que é um acidente muito grave quando ele ocorre. Os faróis baixos acesos, com certeza, colaboram para a segurança do trânsito - relata.